Top 10 maiores milagres econômicos da história: 10 – O boom americano da década de 1990

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Este “boom” (e não um “milagre” per se) merece um lugar de destaque por ter dado para a história dos Estados Unidos da América o seu primeiro decênio de crescimento ininterrupto da economia. Crescimento real, criação de empregos, índice inflacionário baixo, ganho de produtividade e um mercado de ações em alta são as estatísticas que marcam esse período (1991-2001).

O povo americano, que vinha de um conturbado período no que se referia à política internacional, sentiu a necessidade de buscar novos horizontes quando o então presidente George H. W. Bush aumentou os impostos para cobrir os gastos excepcionais provenientes da Guerra do Golfo e as dívidas legadas do governo Reagan.

Com um discurso de foco na política interna e crítico ao modo do Partido Republicano de se conduzir a economia, Bill Clinton conseguiu se eleger, encerrando um ciclo de 12 anos dos republicanos na Casa Branca.

O primeiro ano do mandato de Clinton (1993) foi marcado por uma intensa luta contra um Congresso republicano que acabou com a vitória de Clinton, quando o mesmo conseguiu fazer passar o “Omnibus Budget Reconciliation Act of 1993”, um projeto de lei que intensificava os impostos e cortava gastos. Clinton se impôs argumentando que o projeto encorajaria o Banco Central Americano (Federal Reserve) a diminuir a taxa de juros que na época batia os 3%, e também daria mais confiança aos investidores acerca da solidez da economia americana, criando assim um “boom econômico”.

Ao que parece, Clinton estava certo. Na virada do primeiro para o segundo trimestre de 1994 a economia americana disparou: cerca de 3,85 milhões de empregos foram criados; o déficit, que em 1993 era de 255 bilhões de dólares, acabaria o ano de 1994 na casa dos 203 bilhões de dólares; e o PIB fechou o ano crescendo 4.1%.

O crescimento do PIB era tanto que o FED aumentou as taxas de juros de 3% para 6% no ano de 1995, pois o crescimento acumulado em p.p. desde 1990 já batia 11,98%. Isto gerou uma “desaceleração” da economia americana, fazendo-a crescer “apenas” 2,55% no ano e um aumento de 1,74 milhões no número de empregados urbanos.

O que se seguiu de 1995-2000 foi um constante crescimento do PIB, junto de uma queda na taxa de desemprego que em 1997 atingiu uma taxa menor que 5% (coisa que não acontecia desde 1973) e rearranjo brutal na balança comercial do país, passando de um déficit de 164 bilhões de dólares em 1995 para um superávit de 236 bilhões de dólares em 2000.

Através desta breve explanação, vemos que um “milagre econômico” não é exatamente algo surgido do nada, este é fruto de um trabalho árduo que envolve negociação política, confiança de investidores nacionais e internacionais e, claro, o esforço do trabalhador.

Fontes

Taxa histórica de empregados urbanos
Taxa histórica de desemprego
Historical Tables – Budget of the U.S. Government (tabela 1.3)
Omnibus Budget Reconciliation Act of 1993
Histórico da taxa de juros do Fed
This is now the longest US economic expansion in history

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