Fundamentos 03 – Contagem (parte 02)

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Contando subconjuntos

Até agora, vimos quantas listas de tamanho {k} podemos fazer com todos os {n} elementos de um conjunto qualquer. Agora, vamos expandir essa linha de pensamento para um tópico correlato: “Quantos subconjuntos podem ser feitos se selecionarmos {k} elementos de um conjunto de {n} elementos?”.

Algum leitor de pensamento rápido pode pensar que se trata exatamente do mesmo problema. Contudo, não é o caso. A diferença reside nas propriedades de uma lista e de um conjunto.

Uma lista leva em consideração a ordem dos seus elementos, ou seja, {(a,b) \neq (b,a)} enquanto os conjuntos só se preocupam com os valores dos seus elementos {\{a,b\} = \{b,a\}} . Para prosseguirmos, vamos definir essa tarefa de “contar subconjuntos” usando uma notação.

Comentário: Estranhamente, o professor não dá um nome para o conceito que ele vai definir agora. Nós achamos por bem usar o nome que os materiais didáticos do Brasil utilizam.

Definição (Combinação) Se {k,n \in \mathbb{Z}} , então {n \choose k} , ou, alternativamente, {C(n,k)} , denota o número de subconjuntos que podem ser feitos escolhendo {k} elementos de um conjunto com {n} elementos. Lemos {n \choose k} como “de {n} escolhemos {k} “.

Comentário: Aqui já temos algo para guardar na mente. Se tivermos um conjunto com {n} elementos, sempre será verdade que {P(n,k) \geqslant } {n \choose k} ou, na outra notação, {P(n,k) \geqslant C(n,k)} . Ou seja, sempre será verdade que os arranjos serão maiores ou iguais que as combinações para quaisquer {n} e {k} .

Já definimos o que queremos dizer quando escrevemos {n \choose k} e sabemos bem qual problema queremos responder com essa notação nova. Precisamos de uma fórmula que nos permita encontrar a solução de quaisquer valores de {n} e {k} . Para tanto, vamos começar com um exemplo prático: {5 \choose 3} .

Nós já sabemos que se fossem listas ao invés de subconjuntos, teríamos {P(5,3) = \frac{5!}{(5 - 3)!} = 60} listas possíveis. Também já sabemos que {P(5,3) \geqslant } {5 \choose 3} .

O pensamento para chegarmos no nosso resultado é o seguinte: “Quantas listas podemos formar com cada subconjunto de 3 elementos?”. A resposta é obtida pela aplicação do princípio da multiplicação. Isso nos dá {3! = 6} listas possíveis para cada subconjunto de 3 elementos.

Agora sabemos que teremos 6 listas para cada subconjunto formado por 3 elementos e também sabemos que podemos formar um total de 60 listas diferentes. Basta dividirmos as 60 listas por 6 que chegaremos no total de 10 subconjuntos possíveis.

Dica: Na página 89 o professor monta uma tabela com todos os subconjuntos e as listas que falamos aqui.

De maneira mais abstrata, o que fizemos foi dividir a k-permutação {P(5,3)} por {3!} . Ou seja, podemos saber quantos subconjuntos de tamanho {k} podem ser formados com {n} elementos pela equação abaixo.

Se {0 \leq k \leq n} , então:

\Large {{n \choose k} = \frac{n!}{k!(n-k)!}}

Se {k > n} então {n \choose k} {= 0} . Seria como perguntar algo como “quantos subconjuntos de 5 elementos podemos fazer com 3 elementos? Isso mesmo, zero conjuntos.

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